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"Quem é a Marielle, pô?"

  • Foto do escritor: the notebook
    the notebook
  • 25 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura
5 anos de mistério: Conheça o caso!

"Quem é a Marielle, pô?" Nikolas Ferreira perguntou em um de seus podcasts. Hoje, caros leitores, viemos responder essa pergunta.

“Não vou aturar interrupções de um cidadão que vem aqui e não sabe ouvir uma mulher eleita!” — Essa frase foi dita por Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada a tiros aos 38 anos ao voltar de um evento chamado Jovens Negras Movendo Estruturas.

Marielle Francisco da Silva — mais conhecida como Marielle Franco — foi uma brasileira negra nascida no Rio de Janeiro, no dia 27 de Julho de 1979. Ela se formou em sociologia pela PUC-Rio e foi eleita vereadora em 2017, pelo Partido Socialismo e Liberdade (Psol). Em sua carreira política, Marielle chegou a ser conhecida internacionalmente em ONG's (Organizações não governamentais) por projetos de leis e pautas em defesa dos direitos da população LGBTQIA + e das mulheres negras e faveladas.


Na noite do dia 14 de Março de 2018, nossa protagonista do artigo de hoje estava palestrando sobre feminismo e negritude, e após o evento, enquanto voltava para casa, teve veículo alvejado por tiros, levando nossa heroína e seu motorista à morte.


Apesar de o autor dos disparos e o homem que conduzia o carro de onde os tiros foram dados terem sido presos em 2019 — julgamento ainda não ocorrido — não se sabe ainda quem foi responsável por mandar assassinar Marielle Franco. Sabe-se apenas que o crime havia sido planejado com quatro meses de antecedência e que o caso ficou conhecido como O caso Marielle.


Curiosamente, no dia antes de sua morte, Marielle fez uma publicação em seu Twitter que nos leva à reflexão:


“Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”


E hoje, cinco anos depois do trágico acontecimento que levou embora uma das mulheres mais importantes do país, sua pergunta ainda não foi respondida. Mas graças a perguntas idiotas feitas por pessoas mal intencionadas e que conquistam fama baseada em intolerância e preconceito, viemos trazer a informação verdadeira de quem foi Marielle Franco, e não deixar que seu legado seja esquecido.


Marielle segue sendo um símbolo de esperança e revolução, mostrando-nos que sua morte não foi em vão. Ela é símbolo de luta e resistência a diversas comunidades que vêem em sua vida uma inspiração. Negra, bissexual, mãe solteira e favelada; Marielle representava diversos grupos socialmente excluídos, mesmo assim não titubeou em defender seus ideias imutáveis e inalienáveis. Com essa garra tornou-se vereadora, sem aceitar interrompimentos de seus pares na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, nem ser posta em subalternidade.


Agora tentam apagar seu legado, atribuindo-lhe atitudes incompatíveis com a realidade e pondo-a enquanto rival dos ideais do povo brasileiro. Sua morte não foi, nem nunca será em vão, pois a sociedade-civil e comunidades socialmente excluídas - que por muito tempo foram defendidas pela vereadora - não aceitam leniência. Pessoas periféricas, LGBTS, negors e pertencentes ao “populacho” também não permitem.

“As rosas da resistência nascem do asfalto.” Afirmou Marielle em um dos seus últimos discursos. Ela não sabia, mas a sua morte provocaria o brotamento de diversas rosas; sua irmã, Anielle Franco, se tornaria ministra. Seu partido cresceria. E o país floresceria após anos de recessão.


No último dia 15, realizou-se uma sessão solene na Câmara dos Deputados, no qual Marielle Franco, sua história e legado foram exaltados. Essa sessão ficará na história, como um dos momentos mais importantes da república. Para começar, uma mulher trans presidiu pela primeira vez uma sessão no Legislativo brasileiro. Além disso, sua irmã, deputadas, ministras e mulheres de todo o Brasil subiram à tribuna do Congresso Nacional e questionaram ao país: “Quem mandou matar Marielle?”


Descobrir os mandantes desse crime bárbaro faz parte do projeto de realinhamento do país com a democracia. Marielle não foi morta por acidente ou coincidência, mas sim, por se impor e lutar por uma sociedade mais justa, igualitária e democrática. Seu falecimento denota um aspecto da sociedade brasileira bastante preocupante: todas as vezes que mulheres e minorias se levantam, alguém virá para derrubá-la. Se o Brasil almeja se tornar um país realmente democrático, a impunidade e leniência não poderão ser regra para os casos de feminicídio, homofobia, racismo, transfobia e qualquer outra maneira de discriminação. Esse legado de luta pela democracia marca a trajetória de Marielle, e jamais será dissociado de sua figura. Portanto, para avançarmos, precisamos saber quem mandou matar Marielle Franco.



Autores: Dêmia Emmanuele Moura, Douglas Mota, Luiza Viana Bitencourt

 
 
 

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