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Padrões de beleza: sua retrospectiva histórica

  • Foto do escritor: Beatrice Baialardi
    Beatrice Baialardi
  • 27 de mar. de 2023
  • 3 min de leitura


Você já reparou na estranheza que sentimos com as roupas das décadas, e até séculos passados? Bom, essa concepção vem dos padrões estéticos presentes na sociedade, que são muito mais antigos do que parecem.


Os chamados “padrões de beleza” sempre estiveram presentes na humanidade, da Idade Antiga até a atualidade. E, como tudo pode ser passageiro, foram mudando ao longo das épocas e culturas, baseando-se em um conjunto de características físicas que são consideradas ideais.

Primeiramente, devemos deixar claro que o padrão de beleza é um conceito inteiramente humano, ou seja, não natural. Além disso, é inatingível, já que define um corpo fora da realidade, cheio de procedimentos estéticos e edições. Assim, nos dias de hoje, é usado como instrumento de manipulação para consumo, deixando pessoas tão inseguras com suas aparências que acabam comprando cada vez mais, apenas pela tentativa de chegar em um patamar que nunca pode ser atingido. Dito isso, vamos descobrir mais sobre o passado.


Padrões de beleza ao longo da história, desde a Pré-História até os anos 90


Nos primórdios, pode-se dizer que esse conceito de “corpo e moda ideal” ainda não existia. A forma física era usada inteiramente para propósitos militares, religiosos e/ou de sobrevivência. Foi quando o homem começou a viver em grupo que essa influência surgiu, ou seja, a presença de uma civilização já cria conceitos sociais independentes de utilidade física. Com o nomadismo e sistema hierárquico formados nos povos, as cores e objetos começaram a ser usados para diferenciar e designar um determinado valor às pessoas. Por exemplo, os líderes apresentavam em seus corpos partes dos animais que caçavam, como dentes e garras, para simbolizar a força. Já as mulheres mais privilegiadas, eram influenciadas a ter corpos de maior peso para representar a fertilidade. Assim, observa-se que os padrões estéticos da pré-história eram baseados no nível de disponibilidade de recursos, um fator de extrema importância para a época.

Ademais, quando os seres humanos adquiriram mais conhecimento sobre o mundo, a ponto de não estarem com seu instinto de sobrevivência ativo o tempo todo, os padrões de beleza pararam de depender do nosso sustento. Então, a população foi crescendo junto de sua heterogeneidade, criando um ideal de beleza único. Na Grécia Antiga, as mulheres consideradas belas eram aquelas de cabelos ruivos e corpos volumosos. Já na China Antiga, priorizava-se uma estrutura física menor, com cintura fina e pouco peito. Em um geral, a Antiguidade foi um período em que os padrões estéticos estavam ligados à saúde, representada por harmonia e proporção.




No entanto, quando falamos da Idade Média, temos que mudar o foco completamente. Conhecida por ser uma época difícil, com a fácil proliferação de doenças, falta de higiene e extrema religiosidade, os padrões de beleza não afetam tanto a população. A Igreja pregava que a vaidade seria um pecado, então os ideias de pureza tinham forte presença. Rostos compridos e ovais, olhos e narizes pequenos, magreza e As mulheres até prendiam seus peitos desde criança para que eles não crescessem tanto, método que se provou ineficaz.

Com a ascensão do Renascimento, a estética volta a ser importante na sociedade, principalmente como demonstração de hierarquia social. Os pensamentos da Antiguidade Clássica são resgatados, então corpos com curvas são admirados por demonstrarem fertilidade. As cinturas finas são marcadas pelos espartilhos e a pele branca se tornava sinônimo de nobreza, já que não era tão exposta ao sol e, consequentemente, indicava o

contrário do trabalho. Portanto, vemos a mudança abrupta Escultura grega Vênus de Milo, século II a.C.


entre a Idade Média e Moderna, o que mostra que os padrões de beleza são inteiramente culturais e temporais.




Catálogo de espartilhos do século XVI


Falando de um período mais atual, a Idade Contemporânea é caracterizada pela globalização e massificação da cultura, ou seja, as informações circulam rápido e temos acesso a conhecimentos de diversos países. Ao mesmo tempo que a modernização do mundo traz vantagens, como por exemplo as descritas acima, também intensifica e padroniza os ideais estéticos. A tecnologia deveria diversificar o mundo, com a mistura de culturas e costumes, mas quando se trata de beleza só o restringe cada vez mais. Um corpo considerado bonito é aquele que aparenta ser saudável e m


alhado, mas ao mesmo tempo seco e esculpido. Cria-se uma contradição, responsável pelo aumento da insegurança feminina e ascensão dos procedimentos plásticos, além da intensificação do consumismo e impacto na saúde mental.

Enfim, é importante analisar a história para que seus pontos ruins não se repitam e os bons sejam passados à frente. Cada corpo é único e especial do seu próprio jeito, não devemos deixar que a mídia influencie e limite a nossa opinião. O mundo tem diferentes visões estéticas, que são essenciais para manter as divergências da sociedade. Por isso, movimentos de aceitação e positividade corporal podem ajudar a libertar homens e mulheres desses paradigmas. Um ideal não deveria agrupar pessoas de diferentes histórias e culturas.


Ensaio fotográfico para representação de corpos diversos


Autora: Beatrice Baialardi


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