Um conto de modernidade: As origens da economia de uma potência mundialde um país agrário ao líder
- the notebook
- 18 de dez. de 2022
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“Não importa se um gato é preto ou branco, contanto que ele cace ratos.”
- Deng Xiaoping
Quando falamos das grandes civilizações antigas é comum pensarmos sobre os grandes impérios clássicos, como Grécia, porém, em meio a oceanos e terras distantes podemos encontrar diversas civilizações, encontrando até algumas com histórico milenar, dispondo-se de registros históricos e aspectos políticos poucas vezes abordados em detalhes no contexto diário. E em meio a esse aglomerado do mundo antigo, destaca-se uma das sociedades mais antigas do mundo: a China, que perdura ainda hoje, mesmo após inúmeros conflitos e processos que colocavam em risco a unidade política, territorial e econômica da nação. Entre tantas características, uma das que mais chamam a atenção é a economia, que conta com um desenvolvimento sólido e um fluxo financeiro aquecido.
As origens:
A história da gigante asiática começa ainda no período neolítico, com provas concretas que atestam o uso de metais como o cobre. Sua primeira dinastia, no entanto, só começou por volta dos anos de 2200 a. C. sendo governada pelos Xia. Nos períodos seguintes, após serem circundados por conflitos internos, a nação foi unificada e a Dinastia Han, conhecida por sua prosperidade, tomou lugar. Foi nessa fase que o mercado chinês conseguiu sua primeira virada com o surgimento da Rota da Seda, que exportava produtos por toda a região, indo desde o leste asiático até o interior da Europa.
Nos períodos seguintes houveram diversas modificações importantes para o setor econômico do país, que havia enriquecido com a descoberta de novos mercados exportadores, como a criação do sistema monetário em papel durante a Dinastia Song e as Grandes navegações feitas durante a dinastia Ming, sendo sucedida pela famosa Era Imperial da China no ano de 1912, com a Dinastia Qing e proclamação da república.
Em traços políticos:
Durante toda a Era Imperial, as estruturas sociais se mantiveram sólidas, com grandes diferenças econômicas entre a nobreza e aristocracia para com os trabalhadores camponeses. Vale-se lembrar também que a economia do país era baseada em produtos agrícolas e sua população sofria com a falta de alguns recursos básicos, tais como educação e saúde que não possuíam muito foco no país, que tinha uma estrutura ainda frágil.
Após a proclamação da república, o país foi governado por um partido provisório com viés nacionalista, mas que, com os eventos seguintes, foi destituído e seus membros exilados na ilha de Taiwan. Ao decorrer da década de quarenta a população que vivia em situação de pobreza encontrou esperança nos discursos revolucionários dos guerrilheiros, que pregavam o desenvolvimento da nação e a igualdade entre os cidadãos. E assim, com o apoio popular chegou ao poder em 1949, Mao Tsé-Tung, o primeiro governante da chamada República Popular da China. Entre suas propostas estavam o fim da propriedade privada, a distribuição de terras e a industrialização. Entretanto suas iniciativas se converteram em fracassos que levaram a um período de fome por grande parte da população.
As atitudes tomadas por Mao, foram decisivas para outra mudança de paradigmas na economia e sociedade chinesa, suas iniciativas em âmbitos sociais, tais como a universalização do acesso à educação e saúde permitiram um aumento na expectativa de vida e queda na taxa de mortalidade infantil. Após sua morte em 1959, seu sucessor Deng Xiaoping foi responsável pela abertura do mercado e industrialização do país, flexibilizando as restrições antes impostas aos produtores e empresas, o que resultou no florescimento econômico e na reversão da crise.
Avançando na história, após o grande crescimento econômico, o país que se encontrava afundado em crises e miséria ascendeu a uma potência global, com estrondoso desenvolvimento tecnológico e diminuição em índices de pobreza, como mostra o banco mundial, que estima uma reversão de casos de pobreza extrema na casa de mais de 850 milhões de pessoas nos últimos anos. Atualmente a China é apontada como principal candidato ao cargo antes ocupado pelos Estados Unidos de maior potência mundial, todavia o crescimento chinês também tem seu preço.
Um reflexo desagradável:
O crescimento exponencial da economia chinesa se baseia em um modelo produtivo extremamente eficaz, mas que não possui responsabilidade para com os direitos humanos básicos, explorando ao máximo possível os trabalhadores em fábricas. Muitas vezes essas pessoas se encontram em situações análogas à escravidão, e isso piora se tratando de grupos sensíveis como crianças. A utilização desse tipo de mão de obra é constantemente criticada por organizações e instituições defensoras dos direitos humanos, porém essas expressões costumam ser brutalmente reprimidas.
Ou seja, apesar de seu crescimento econômico, o modelo pragmático e a forma em que direitos básicos são tratados pelo governo, que ainda possui grande importância na economia do país, preocupa organizações internacionais e analistas costumam expressar certa aversão, afinal sabe-se que a garantia a segurança e liberdade são recursos básicos que todos devem ter acesso
Autora: Brenna Silva
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